O dólar amanheceu em alta nesta terça-feira (17), operando na casa dos R$ 6,20. A valorização é um reflexo das expectativas do mercado após o Congresso Nacional receber a base do pacote de corte de gastos. O intuito da medida é economizar R$70 bilhões em 2025 e 2026, e R$375 bilhões até 2030. A Câmara dos Deputados pode analisar o projeto ainda nesta semana.
Outro fator que explica a alta do dólar é a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A instituição chegou a intervir nesta terça-feira no mercado de câmbio para reduzir a disparidade entre o dólar e o real, mas a medida não conseguiu impedir a valorização.
Ás 12h48, o dólar à vista subia 0,36%, a R$ 6,1714 na venda. No mesmo horário, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, avançava 0,41%, a 124.086,33 mil pontos.
Com a alta da moeda, a autarquia fez uma segunda intervenção na sessão e vendeu um total de US$ 2,015 bilhões. Mais cedo, a autarquia vendeu US$ 1,272 bilhão à vista.
Pela manhã, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou ata de sua última reunião em que indica a deterioração das expectativas de inflação e o aumento da atividade econômica, mesmo em um cenário de política monetária contracionista.
Temor fiscal
O cenário fiscal era justamente o foco do pessimismo dos investidores nesta sessão, com eles temendo a possibilidade de o governo não conseguir a aprovação de suas medidas de contenção de gastos até o fim do ano, uma vez que os parlamentares têm até sexta-feira para votá-las devido ao recesso.
Entre os principais obstáculos na tramitação do pacote fiscal estão a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva das articulações, à medida que se recupera de uma cirurgia em São Paulo, e a questão do pagamento de emendas parlamentares, com investidores apostando que ambos devem travar as medidas.
“Atualmente, o que fortalece tendência de valorização da moeda norte-americana frente ao real é a grande expectativa do mercado para a votação do pacote de corte de gastos”, disse João Duarte, sócio da One Investimentos.
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